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Ergonomia na Descarga de Carnes Bovinas: Uma Realidade Distante no Brasil


No Brasil, há uma profissão pouco conhecida, mas que, tenho certeza, em algum momento da sua vida você já viu esse profissional atuando e te chamou a atenção. Estou falando da profissão popularmente conhecida como "lombador". O lombador é o profissional responsável por descarregar carnes bovinas dos caminhões nos frigoríficos e açougues. Essa função envolve o manuseio de peças pesadas de carne e requer habilidade física e destreza para lidar com os cortes e acondicioná-los de forma adequada.


A profissão de lombador no Brasil desempenha um papel crucial na indústria frigorífica, porém, enfrenta desafios significativos em relação à ergonomia no ambiente de trabalho. Um dos principais problemas enfrentados pelos lombadores é o descarregamento manual de carnes bovinas de caminhões, uma tarefa que frequentemente envolve o manuseio de pesos excessivos e condições ergonomicamente desfavoráveis.


A falta de projetos ergonômicos adequados para os locais de descarregamento de caminhões contribui para essa situação. Em países de primeiro mundo, como nos Estados Unidos e na União Europeia, os recebimentos de bovinos são adaptados de forma que os trilhos para descarga do bovino, presentes nas docas, são conectados ao caminhão. Isso permite que o animal seja descarregado mecanicamente, reduzindo drasticamente a necessidade de manuseio manual por parte dos trabalhadores.


No entanto, no Brasil, essa realidade ainda é distante. Muitas instalações frigoríficas não possuem estruturas ergonômicas adequadas para o descarregamento de caminhões, o que resulta em uma carga de trabalho excessiva para os lombadores. O levantamento manual de pesos pesados, associado a posturas inadequadas e movimentos repetitivos, aumenta significativamente o risco de lesões musculoesqueléticas e problemas de saúde ocupacional entre os trabalhadores.


VEJA COMO É FEITO A DESCARGA DE CARNE BOVINA EM GRANDE PARTE DOS COMERCIOS BRASILEIROS:

Nota: No vídeo o trabalhador transporta 167 quilos de carne bovina manualmente.


Além disso, a falta de investimento em tecnologias e equipamentos de transporte adequados também contribui para a sobrecarga física dos lombadores. A ausência de esteiras rolantes, guinchos ou outros dispositivos de auxílio ao descarregamento torna a tarefa ainda mais desgastante e arriscada para a saúde dos trabalhadores.


Diante desse cenário, é imprescindível que as empresas do setor frigorífico e as autoridades competentes atentem para a importância da ergonomia no ambiente de trabalho dos lombadores. Investir em projetos ergonômicos que visem a automação e a mecanização do processo de descarregamento de caminhões é fundamental para garantir a saúde, a segurança e o bem-estar desses profissionais.


A descarga manual de bovinos também pode afetar a eficiência operacional, uma vez que é mais lenta e sujeita a erros em comparação com sistemas automatizados. Isso pode impactar a qualidade dos produtos, o tempo de processamento e, consequentemente, os custos e a competitividade das empresas.


VEJA OS EXEMPLOS DE DESRCAGA DE CARNE BOVINA EM OUTROS PAÍSES:


UTILIZAÇÃO DE BRAÇOS MÊCANICOS:


UTILIZAÇÃO DE TRILHOS:

UTILIZAÇÃO DE CARRINHOS DE INOX ADAPTADOS:


UTILIZAÇÃO DE SISTEMA DE IÇAMENTO MÊCANICO:

UTILIZAÇÃO DE CARRINHOS EM INOX SEMI FECHADOS:


Em suma, a ergonomia na descarga de carnes bovinas não é apenas uma questão de conforto, mas também de saúde e eficiência no ambiente de trabalho. Investir em soluções ergonômicas não só protege os trabalhadores, mas também contribui para a sustentabilidade e o sucesso a longo prazo das empresas do setor alimentício no Brasil.



Sobre o autor: Engenheiro Henrique Magalhães, Nascido na cidade de São Paulo - SP, graduado em Engenharia Ambiental e Sanitária, pós graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho, Perito judicial na 1° e 8° vara da fazenda pública do Estado de São Paulo - SP, atuando em perícias de insalubridade e periculosidade, atua a cerca de 10 anos em empresas do ramo varejistas e alimentício com gestão de segurança do trabalho, meio ambiente e qualidade.








 
 
 

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